Eis que volto a deixar minha marca aqui depois de muito tempo e acreditem, lamento por isso. Bom, mais uma vez, parando para refletir eis que nasce mais um texto. Parido a partir e reflexões sobre coisas corriqueiras, fotografias. Espero que gostem.
Um momento especial, num local especial, a paisagem completa em sons, imagens e cheiros, não são percebidas, captadas como devem ser, afinal basta que depois vejamos a foto. Fotos são instrumentos úteis de recordação, mas que limitam nossa percepção, são tambem bengalas, nas quais nos apoiamos quase que compulsiva e viciadamente. Corremos demais, falamos demais, vivemos pouco, observamos pouco e por isso, percebemos pouco.
Tento lembrar de algo, um momento do qual tenho boas recordações, mas é como se faltasse algo, como uma lembrança incompleta, uma imagem editada, não sei o que é, não me preocupei em guardar, "me passa as fotos por email depois!", é sempre assim, não lembramos bem, guardamos.
Fotografia nos anestesia, diminui nossa capacidades de sentir, observar e absorver cada momento. Imagine a seguinte situação, uma despedida, a princípio definitiva, o que vale, cria vínculos e marca mais, o flash ou o abraço? Fotografia é retrovisor, mostra algo distante, mas que devido a velocidade não notamos como deveríamos. Fotografia não tem som, não tem brisa e nem tem cheiro. Fotografia é fria e ao contrário das nossas memórias não as carregamos conosco todo o tempo. Foto não é fato, foto mostra o que foi.
Fotografias são boas, mas apenas artifícios. Não deixemos que os flashs nos ceguem, como sempre nunca deixem "de ouvir com outros olhos" (TM), vejam de verdade, sintam.
Rodrigo